A MINHA DOR
A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.
Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal…
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias…
A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve…ninguém vê…ninguém…
Florbela Espanca
2 comentários:
"Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve…ninguém vê…ninguém…"
me too... . .. . . . .
Florbela d'Alma da Conceição ESPANCA!
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